Texto de Memória dos Mais Velhos - Antepassados

• Tem por objetivo sensibilizar os alunos a respeito do valor experiência das pessoas maus velhas. 
• Compreender o que é memória.
•  Entender como objetos e imagens podem trazer a história de um tempo passado.

Naquele tempo

Avó Alsira Conta...

   Os meus avós viviam nas últimas casas da vila.

   A minha avó ia trabalhar todos os dias, deixando minhas tias e minha mãe sozinhas. Antes de sair recomendava-lhes:

   - Não abras a porta à ninguém, nem mostres as verónicas!

   As meninas respondiam-lhe que fosse descansada, porque lhes fariam conforme ela lhe estava a recomendar.

   Mas certo dia, alguns homens que pareciam boas pessoas bateram a porta e perguntaram as meninas se em casa haveria alguma coisa bonita que lhes pudessem mostrar.

   As meninas correram a busca das verónicas, que minha avó guardava no cômoda do quarto. Os ladrões - que era isso que eles eram - pegando no saco, imediatamente se foram. Mas pouco depois, chega a minha avó. As meninas que estavam muito tristes confessaram-na o que  tinha ocorrido. Minha pobre vó, vendo-se sem o seu tesouro, lançou as mãos a cabeça e começou a correr a estrada abaixo na vila, com um caminhão tentando achar os ladrões e gritava para as filhas:

   - Fecha a po...o...orta!!!

   - Levo a porta, mã... e ... e...? Respondia-lhes as meninas.

   - Fecha a po...o...orta!!!

   - Levo a porta, mãe.... e.... e?

   Sem entender o que a mãe lhe gritava, cada vez mais distantes delas, levantaram a porta e começaram a correr, com algo as costas ao encontro da sua mãe.

   Ia muito longe de casa, cansadas e sem verem o caminho, porque, entretanto o sol já se tinha posto, mãe e filhas resolveram passar a noite em cima de uma azinheira, carregando também, a porta.

   As altas horas, sentem passos... conversas... por entre as árvores do montado. A qual não foi o seu espanto quando, precisamente debaixo da árvore em que elas estavam, se vieram sentar discutindo, dois homens carregados de sacos e outros objetos. Eram os ladrões, que se preparavam para dividir, entre eles o que tinham roubados.

   - Pataca a ti... Pataca a mim...

   - Pataca a ti... Pataca a mim...

   A minha avó e as filhas em cima da árvore, nem respiravam. As crianças na sua imprudência, murmura a mãe:

   - Atiro a porta, mãe?

   A mãe, com um gesto, tapa-lhes os lábios, gelados de medo. As meninas continuaram:

   - Atiro a porta, mãe?

   E atiraram!!!

   O ladrão, pensando que lhes caía em cima, puseram-se em fuga e não mais voltaram.

   Foi assim que mãe e filhas puderam recuperarem não só suas verónicas, como também, ganharem muitas outras riquezas, que os ladrões abandonaram no chão, debaixo da azinheira.

  

Obs: Verónica - moeda em ouro.

Thalia - 7º Jade